Autor Rio Quente
Equipe Rio Quente
Batidas de palmas, som vibrante das botas batendo no tablado e a viola caipira rolando ao fundo… como é linda a catira!
É difícil não se empolgar quando a animação vibrante dos dançarinos toma o ambiente. Por isso, a dança catira é uma das expressões culturais mais adoradas em Goiás e em outros estados do Centro-Oeste. E se você gostaria de aprender um pouquinho mais sobre ela, chegou ao texto certo!
Hoje, a gente te convida a entrar na dança: vamos te explicar direitinho o que é a catira, como ela surgiu e de que formas ela se manifesta no folclore goiano. Pode separar aí o chapéu de boiadeiro e vamos nessa!
O que é a dança catira?
Conhecida também como cateretê, a catira é uma dança típica das regiões interioranas de Goiás. Assim como a moda de viola – ritmo que acompanha as coreografias –, é uma parte importantíssima da identidade caipira.
Quando você tiver o privilégio de observar um grupo dançando catira, vai perceber que uma das principais características do gênero é o modo como os dançarinos marcam a música. Organizados em pares, eles usam as batidas das palmas e dos pés para coordenar os movimentos. É de uma sincronia impressionante!
Originalmente, a catira era dançada por homens, em grupos de 6 a 10 pessoas, acompanhados por um par de violeiros. Hoje em dia, entretanto, já existem grupos mistos, provando que a catira é pra todo mundo.
Qual a origem da catira em Goiás?
A origem da catira ainda é um assunto bastante debatido por praticantes, pesquisadores e curiosos.
É que existem indícios de que a modalidade deriva de uma grande mistura de elementos vindos de povos e culturas bem diferentes. Pra você ter uma ideia, a hipótese mais aceita é de que a dança carregue influências europeias, indígenas e africanas, tudo junto e temperado com a cultura caipira tipicamente brasileira. Tem até quem diga que ela foi trazida da Oceania pelos australianos, acredita?
O que se sabe, de certeza, é que o tipo de verso que marca o ritmo da catira já era identificado em alguns escritos do Padre José de Anchieta, lá no século 16, na época da colonização. A sonoridade animada e cativante ajudava os católicos na tarefa de passar a palavra do cristianismo adiante. Mais tarde, a catira se tornou a queridinha dos bandeirantes, que a espalharam por vários cantos do Brasil em suas viagens.
Os movimentos que fazem parte da catira podem ter derivado de manifestações indígenas, de danças africanas, dos alemães, dos espanhóis ou dos portugueses. Ninguém nunca chegou a um consenso sobre o que teria “inspirado” a prática. Mas uma coisa a gente sabe sem sombra de dúvida: é bom demais ver a catira rolando!
A catira influenciou outras expressões artísticas em Goiás?
Assim que caiu nas mãos dos peões bandeirantes, a catira se tornou rapidamente uma forma de diversão e entretenimento para os trabalhadores do campo.
Boiadeiros, lavradores e outros homens encontravam no ritmo um momento de descontração em meio ao cotidiano duro da roça. Assim como a moda de viola, a catira se tornou um símbolo da cultura caipira e se espalhou para além das zonas rurais.
Caminhando de mãos dadas, esses dois elementos que quase sempre aparecem juntos – a música de viola e a dança catira – influenciaram a criação de algumas das expressões mais modernas do universo sertanejo. Além disso, a catira sempre teve uma relação muito próxima com a religiosidade popular, marcando o modo como as comunidades caipiras mostram sua devoção e comemoram os dias dos santos.
Há diferença nas características da catira de Goiás com a de outros lugares?
Além de ser muito adorada em Goiás, a catira também tem muitos apreciadores em estados como Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso e São Paulo.
Assim como outras danças folclóricas, ela se manifesta de maneiras diferentes dependendo do lugar. Afinal, cada estado tem seu jeitinho próprio de dançar a catira. Embora as coreografias possam variar bastante, elas são sempre organizadas no esquema que você vai encontrar no interior de Goiás.
É assim: para começar, os dançarinos se posicionam em duas filas, que ficam de frente uma para a outra. Os violeiros – que podem ficar virados para o restante do grupo ou não – iniciam a música, em um momento chamado de rasqueado. A partir daí, os integrantes fazem movimentos de batidas rápidas com os pés e com as mãos: são os passos conhecidos como escova. Além disso, a coreografia costuma incluir também os giros, chamados de “serra acima” e “serra abaixo”.
Mas o momento mais emocionante de todos é o levante, hora em que todos os dançarinos, junto com os violeiros, cantam a música em coro. É de arrepiar!
Quais os principais instrumentos musicais para acompanhar a catira?
O som da catira é sempre vindo da viola caipira.
Esse é o único instrumento de presença garantida nas apresentações da dança. Afinal, a própria evolução da catira está ligada ao desenvolvimento da música de viola – e vice-versa –. É comum, inclusive, que esse seja o único instrumento tocado durante a catira. Em alguns lugares, entretanto, pode ser que a viola apareça acompanhada pelo violão, pelo reco-reco, por pandeiros ou por sanfonas.
Em quais festas de Goiás acontecem apresentações de Catira?
Como mencionamos, a catira se consolidou como elemento da identidade cultural goiana. Então, apesar de ser mais praticada nas cidades do interior, ela aparece em vários eventos importantes até mesmo nas proximidades da capital.
Sem dúvidas, a época do ano em que a catira mais brilha é durante as festas juninas, nas quais ela aparece com bastante frequência. Então se você for curtir o São João em Goiás, com certeza terá a chance de assistir a alguma apresentação. Além disso, os grupos de catira também são comuns em outras festas católicas tradicionais, como nas celebrações do Dia de São Gonçalo e do Dia de Nossa Senhora da Conceição.
Goiás tem preservado a dança catira como tradição do estado?
Como é de se esperar, os goianos – especialmente os mais velhos – são bastante apegados à catira.
Não é que todo mundo saiba dançar: na verdade, muita gente prefere ficar só assistindo a complexa evolução das coreografias. Mas a importância cultural da modalidade em todo o estado é nítida, já que ela é tema de aulas nas escolas, aparece em programas de TV e faz parte de muitas festividades tradicionais. Sabe a expressividade que o forró tem em estados como Paraíba e Pernambuco? Pronto, é um carinho parecido o que acontece com a catira em Goiás.
Então os entusiastas do ritmo sempre estão trabalhando junto com as autoridades governamentais para manter a tradição da catira viva. A cidade de Silvânia, por exemplo, ganhou até um evento especialmente pensado para isso: é o Festival Nacional de Catira, que reúne gente do país inteiro para celebrar a continuidade dessa dança tão única.
Pausa para o descanso após dançar Catira? Rio Quente te espera!
A dança catira é a cara de Goiás.
Se você até agora só conhecia o estado pelas paisagens fantásticas de lugares como a Chapada dos Veadeiros, é hora de descobrir mais sobre a imensa riqueza da cultura goiana. Com lendas de arrepiar, uma culinária cheia de comidas típicas deliciosas e o ritmo apaixonante da catira, não tem como sentir tédio.
E se você quiser curtir tudo isso em grande estilo, o Rio Quente Resorts te espera. Nossa infraestrutura é pensada para proporcionar o máximo de conforto enquanto você aproveita momentos de lazer inesquecíveis com a família. Vem mergulhar na natureza e na cultura de Goiás com o Rio Quente!