Autor Rio Quente
Equipe Rio Quente
Quando o final de dezembro vai se aproximando, as cidades goianas ficam tomadas por uma atmosfera cativante de alegria e fé. É tempo de Folia de Reis!
É difícil não se contagiar com a animação vibrante dos foliões caracterizados que passam cantando pelas ruas e levam a festança para dentro dos lares. Adorada principalmente no interior, a Folia de Reis é uma celebração popular nascida da união entre folclore, religiosidade e arte, uma mistura encantadora que com certeza vai te puxar para a brincadeira também.
Bateu a curiosidade por aí? Então é só continuar a leitura! Aqui, vamos explicar direitinho o que é Folia de Reis e te levar para conhecer a história dessa manifestação fascinante.
O que é a Folia de Reis?
Folia de Reis, Reisado, Companhia de Reis ou Festa de Santos Reis: todos esses nomes se referem à mesma festa folclórica de origem católica.
Presente em quase todos os cantos do Brasil, a celebração é especialmente valorizada em estados como Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e, é claro, Goiás. Ela faz parte do ciclo natalino de comemorações cristãs que homenageiam o nascimento de Jesus Cristo. Aliás, assim como o próprio Natal, a Folia de Reis surgiu com um propósito religioso e depois foi incorporando elementos culturais de vários tipos, se transformando em uma festa popular que acolhe e encanta pessoas de todas as crenças.
Os vários nomes que o Reisado recebe, aliás, são bem autoexplicativos: é uma manifestação que celebra os Três Reis Magos, personagens bíblicos conhecidos por visitarem o Menino Jesus pouco depois de sua vinda ao mundo.
Apesar de carregar muitas caras e costumes diferentes nos vários lugares em que é celebrada, a Folia de Reis geralmente gira em torno dos grupos que saem por aí cantando e tocando músicas folclóricas, recitando poesias e, muitas vezes, pedindo doações ou alimentos nas casas em que passam. Na maioria das cidades, os foliões se dividem em funções específicas dentro do cortejo e se vestem com elaboradas fantasias coloridas. É lindo de se ver!
Se as cenas de um Reisado já são maravilhosas só pela importância cultural, elas ficam ainda mais tocantes depois que você descobre a finalidade das doações arrecadadas. Hoje em dia, o mais comum é que esses recursos sejam encaminhados a instituições filantrópicas e projetos sociais. É uma festa divertida e solidária ao mesmo tempo.
Dia de Reis: uma data de muito significado
Pode acreditar quando a gente diz que a Folia de Reis é um evento fantástico demais para ficar restrito a um único dia.
Na verdade, as celebrações ocorrem por mais de dez dias, com início na véspera de Natal. Elas fecham o ciclo natalino com chave de ouro em seis de janeiro, o mundialmente conhecido Dia de Reis. Segundo a tradição cristã, essa teria sido a data em que os Três Reis Magos visitaram o recém-nascido Jesus e sua família, levando três presentes bem representativos: o ouro (símbolo da realeza), a mirra (representando a imortalidade) e o incenso (referência à espiritualidade e à fé).
No Reisado, os dias em que os grupos organizam suas apresentações pode variar de acordo com os costumes locais. Em alguns lugares, as visitas às casas acontecem somente na semana entre um e seis de janeiro, depois de desfiles públicos. Em outros, a peregrinação dos foliões ocorre durante todo o período natalino.
Além de trazer o ponto alto da Folia de Reis, o Dia de Reis também está gravado na memória de muitos brasileiros como o momento de desfazer as decorações natalinas nos lares e estabelecimentos.
História da Folia de Reis, também conhecida como Reisado
Quando você se depara com as fantasias extravagantes e a cantoria animada do Reisado, fica muito difícil não se perguntar de onde surgiu uma festa tão única.
Na verdade, a história da Folia de Reis começa há muito, mas muito tempo, bem antes da presença dos colonizadores europeus no Brasil. Os primeiros registros de devoção religiosa aos Três Reis Magos são da Idade Média, mais ou menos do ano de 1164. Nessa época, os supostos restos mortais dos Reis Magos foram encontrados pelo imperador Frederico Barba-Ruiva durante uma de suas guerras.
As relíquias foram levadas à Catedral de Colônia, área situada na atual Alemanha que acabou se tornando um local sagrado para cristãos do mundo inteiro. Colônia se tornou uma terra sagrada e passou a ser destino de peregrinações que louvavam os Três Reis Magos. Nessas romarias, surgiram os primeiros cantos populares em homenagem a eles. Eram canções de versos simples chamadas de Noëls na França e de Villancicos na Espanha.
Os cânticos foram ganhando popularidade e se tornaram rapidamente queridos em toda a Europa cristã. Em Portugal, eles ganharam um toque especial que seria futuramente transmitido às celebrações brasileiras de Folia de Reis: o aspecto teatral. Influenciados pelas peças de Gil Vicente e outros escritores lusos muito famosos no mundo medieval, os cânticos de louvor aos Três Reis Magos foram ganhando mais elementos performáticos, como fantasias e encenações.
Folia de Reis: a origem das celebrações brasileiras
Agora que já passamos pelas raízes da história da Folia de Reis, ainda resta uma dúvida: afinal, como as celebrações chegaram ao Brasil?
Bem, elas se originaram das tradições religiosas que os portugueses trouxeram consigo quando aportaram em terras brasileiras, no século 16. No novo continente, aqueles cânticos religiosos com ares de teatro, já muito populares em Portugal, foram conservados entre os colonos. Esse costume daria origem, futuramente, a eventos dedicados especialmente a homenagear os Três Reis Magos. Assim nasciam as primeiras Folias de Reis brasileiras.
Com o tempo, o Reisado foi tomando formas diversas nos vários lugares do país. As canções ficaram menos solenes e mais animadas, acompanhadas por instrumentos musicais estridentes. Os cortejos de Folia de Reis ganharam personagens com fantasias próprias, de acordo com as lendas e tradições de cada estado, e foram se tornando parte essencial da vida cultural de muitas cidades.
Saiba as principais características da Folia de Reis
Como mencionamos algumas vezes, é difícil falar da Folia de Reis como uma coisa só. Na verdade, essa é uma manifestação que aparece de formas diferentes nos locais onde é comemorada. Mas a música, as vozes em coro e o costume de pedir doações pelas ruas são elementos sempre presentes.
Além disso, podemos citar algumas características da Folia de Reis que também fazem parte da maioria das celebrações. Os grupos de folia (também chamados de ternos, embaixadas, companhias ou caravanas) não têm um número fixo de componentes. Eles costumam se vestir em trajes de cores vibrantes, como azul, amarelo ou vermelho, sempre com direito ao adorno de fitas, pedrarias, lantejoulas e brilhos. Nos desfiles, cada grupo carrega seu estandarte ou bandeira, que recebe o nome de Doutrina.
Geralmente, as canções e poemas que acompanham a passagem do Reisado são de tema religioso ou cantam sobre a própria Folia de Reis. Muitos grupos dividem a cantoria de acordo com os tons das vozes, virando corais de harmonia perfeita. O ritmo contagiante fica por conta de instrumentos artesanais como rabeca, reco-reco, flauta, tambores e outros.
Em alguns lugares, a festa é feita pelos chamados grupos incrementados, ternos de Folia de Reis que têm o teatro como parte importante de suas tradições. Com eles, a celebração ganha um encanto ainda mais especial, já que os participantes se caracterizam de acordo com os personagens e cumprem papéis bem divididos na encenação. Os protagonistas, é claro, são os Três Reis Magos (Baltasar, Belchior e Gaspar).
Além deles, os grupos de Folias de Reis também costumam contar com a alegria dos bastiões, palhaços que brincam entre si, fazem acrobacias para instigar a multidão de espectadores e anunciam a chegada da Doutrina com seus apitos. O mestre ou embaixador (chamado também de chefe de folia) é responsável por planejar e organizar todo o trajeto feito pelo grupo, além de improvisar os versos dedicados aos donos dos lares. Por fim, há os instrumentistas e cantores do coro, que garantem a trilha sonora.
Folia de Reis em Goiás: descubra as particularidades da celebração goiana
Para os goianos, a Folia de Reis tem uma importância especial. Geralmente, ela aparece com todas as características que mencionamos na seção anterior, mas com aquele sotaquezinho goiano que a gente adora.
A Folia é um dos elementos mais importantes do folclore de Goiás. E é uma festa levada a sério, viu? Em muitos lugares do estado, a preparação para o Reisado começa vários meses antes do Natal, com a construção de ranchos e fornalhas pensadas especificamente para os pousos, momentos em que os grupos fazem uma pausa nas andanças para comer e confraternizar.
Nas terras goianas, a música tocada durante a Folia de Reis carrega o som apaixonante de um instrumento muito tradicional na região, a famosa viola caipira. As canções têm versos religiosos nos desfiles e visitas, mas se aproximam de outras tradições populares durante os pousos. Nesses momentos, os grupos festejam dançando catira e se deliciando com os fartos jantares cheios de iguarias da culinária de Goiás.
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Quem tem a oportunidade de acompanhar a Folia de Reis nunca mais esquece da experiência.
É até difícil descrever a sensação de presenciar a sintonia encantadora entre o público e os foliões dos grupos. A música, as cores, as tradições sagradas: toda a riqueza de elementos da festa parece convidar os espectadores a uma viagem no tempo por vários séculos de tradição. E olha que o Reisado é apenas uma parte da bagagem apaixonante que faz de Goiás o destino perfeito para quem curte turismo cultural.
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